Adlène Hicheur – Wikipédia, a enciclopédia livre

Adlène Hicheur (Sétif, 4 de dezembro de 1976[1]) é um físico de partículas de nacionalidades argelina e francesa,[2] foi professor no Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.[3]

Hicheur fora preso na França em 2009 após a polícia interceptar e-mails entre ele e a organização terrorista Al-Qaida no Magrebe, da Argélia,[4] nos quais ele se colocara a disposição do grupo terrorista para “Trabalhar no seio da casa do inimigo central e esvaziar o sangue de suas forças”.[3]

O julgamento de Hicheur ocorreu em 2012, em Paris.[5] Ele ficou preso até maio de 2012, quando foi sentenciado a cinco anos de prisão por planejar ataques terroristas[6] Em 15 de maio ele foi solto e decidiu não recorrer da sentença.[7] À época foi feita uma campanha por amigos e colegas em defesa de Hicheur[8] e o caso foi comparado pela imprensa da Argélia ao de Lotfi Raissi, suspeito de terrorismo posteriormente libertado sem provas.[9]

Após reportagens da revista Época,[3][10] Hicheur passou a ser perseguido[11][12][13] pela imprensa brasileira.[14][15][16][17][18]

Posteriormente o jornal O Globo, do mesmo grupo empresarial da Época, informou que o caso de Adlène estava sendo acompanhado pelo Itamaraty e pelos Ministérios da Educação e da Justiça. Nas investigações da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência, sob segredo de justiça e reveladas pela revista, a perícia criminal não encontrou provas contra o professor. Segundo o jornal os policiais informaram que não encontraram nada que ligasse Hicheur a atividades ilegais. Na mesma reportagem O Globo informou que a investigação se iniciou após uma reportagem da CNN em espanhol, que entrevistou os frequentadores de uma mesquita no bairro da Tijuca sobre o Massacre do Charlie Abdou e levou a Polícia Federal a investigar Adlène.[19]

Em julho de 2016, o pedido para renovar o visto de trabalho dele foi negado. Segundo uma nota do Ministério da justiça emitida no dia 15, dada a conveniência ao interesse nacional e tendo falta documentação válida para trabalhar, a polícia federal escoltou ele até o aeroporto internacional do Galeão. A deportação de Adlène Hicheur para a França ocorreu no dia 16.[20]

Referências

  1. «Hadron Collider physicist Adlene Hicheur charged with terrorism» , The Times, 13 October 2009
  2. «Transnational threat update» (PDF) , Center for Strategic and International Studies, October 2009
  3. a b c «Exclusivo: Um terrorista no Brasil». revistaepoca.globo.com. Consultado em 12 de janeiro de 2016 
  4. «Adlène Hicheur: Une seconde affaire Raïssi ?». Consultado em 12 de janeiro de 2016. Arquivado do original em 20 de outubro de 2009 , Le jour d'Algérie, 17 October 2009
  5. Chris Hanlon (March 29, 2012)."
  6. «France jails physicist for terror». BBC. 4 de maio de 2012. Consultado em 4 de maio de 2012 
  7. «Physicist convicted of terrorism leaves prison». Physics World. 16 de maio de 2012. Consultado em 16 de maio de 2012 
  8. «Comité international de soutien à Adlène Hicheur». soutien.hicheur.pagesperso-orange.fr. Consultado em 18 de janeiro de 2016 
  9. «Un second Lotfi Raïssi?» (em francês). Le jour d'Algérie. 17 de outubro de 2009. Consultado em 18 de janeiro de 2016. Arquivado do original em 20 de outubro de 2009 
  10. «Os e-mails que levaram à condenação por terrorismo do professor da UFRJ». revistaepoca.globo.com. Consultado em 18 de janeiro de 2016 
  11. «Físicos criticam pressão para cientista franco-argelino deixar UFRJ». Opera Mundi. Consultado em 18 de janeiro de 2016 
  12. Fernando Brito. «Quem vai devolver a paz do professor Hicheur?». TIJOLAÇO. Consultado em 29 de janeiro de 2016. Arquivado do original em 2 de fevereiro de 2016 
  13. «L'impossible réinsertion d'Adlène Hicheur, le «terroriste» franco-algérien du Brésil». 20minutes.fr (em francês). Consultado em 29 de janeiro de 2016 
  14. «Adlène Hicheur: Eu estou sendo caçado pela mídia por um crime que não cometi!». Jornal GGN. Consultado em 18 de janeiro de 2016 
  15. «Professor da UFRJ foi condenado por planejar atentados na França.». O Globo. Consultado em 18 de janeiro de 2016 
  16. «Em carta, físico da UFRJ nega laço com terrorismo - Agência Estado - UOL Notícias». UOL Notícias. Consultado em 18 de janeiro de 2016 
  17. «Adléne Hicheur pode permanecer como pesquisador na UFRJ, mas não dará aulas este semestre». br.sputniknews.com. Consultado em 18 de janeiro de 2016 
  18. «Diretor do CBPF diz que professor preso por terrorismo na França deve ficar no Brasil». sptnkne.ws. Consultado em 18 de janeiro de 2016 
  19. «PF e Abin não encontram evidências contra professor investigado». O Globo. Consultado em 29 de janeiro de 2016 
  20. «Governo revoga visto e professor francês condenado por terrorismo será deportado». Consultado em 16 de julho de 2016 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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