Abram Szajman – Wikipédia, a enciclopédia livre

Abram Szajman
Nascimento 20 de julho de 1939
São Paulo
Cidadania Brasil
Ocupação empreendedor, mercador
Prêmios
Religião Judaísmo

Abram Abe Szajman[1] GOMAComMMComRB (São Paulo, 20 de julho de 1939) é um empresário brasileiro, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), fundador da VR Benefícios (atualmente conhecida por sua nova marca VR, desde 2022), empresa líder de mercado no segmento de Serviços e Consultoria de TI, voltado ao ramo de refeições conveniadas, e presidente do Centro do Comércio do Estado de São Paulo e dos Conselhos Regionais do SESC e do SENAC de São Paulo[2], e vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Assumiu em 2009 a presidência do Sebrae, em mandato que durou dois anos [3].

Histórico[editar | editar código-fonte]

Abram Szajman nasceu no Bom Retiro, bairro paulistano próximo à Estação da Luz. O local tem um histórico de receber imigrantes: primeiro os italianos, a seguir judeus da Europa Oriental, em seguida coreanos e bolivianos.

Filho de imigrantes poloneses, seus pais chegaram ao Brasil no início da década de 1930. O nome Szajman se pronuncia “chaiman”, já que no polonês a junção “sz” soa como o "ch" em português e o “j”, como em outras línguas européias, equivale ao “i”.

Aos dez anos de idade, após concluir o curso primário no Grupo Escolar Prudente de Moraes, colégio público situado no Jardim da Luz, começou a trabalhar como office-boy na loja do tio. [4]

Os anos de trabalho na empresa familiar lhe proporcionaram o aprendizado para mais tarde aventurar-se a criar seu próprio negócio. Em 1957 conclui a Escola de Comércio Álvares Penteado, no centro da cidade, no Largo São Francisco. Em 1959 entra para o CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva), a maneira que encontrou para resgatar, como filho de imigrantes, a dívida de gratidão para com o país que acolheu sua família. Como ele, outros companheiros de infância do Bom Retiro saíram do anonimato para fazer carreira nos negócios, em profissões liberais, na cátedra e na política, como o ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman.

Na atividade empresarial, Szajman explorou vários campos, com passagens pelo ramo imobiliário e pelo setor de turismo. O grande salto viria com a VR. De começo difícil e progresso lento, em mercado muito competitivo marcado pela presença de uma agressiva multinacional francesa, a VR Benefícios foi criada em 1977, a partir da instituição do Programa de Alimentação do Trabalhador, no Governo Geisel.

A capitalização da VR deu condições para a empresa atravessar os períodos de crise, os sucessivos planos de intervenção econômica, como aconteceu nos períodos do Cruzado e do Plano Collor.

Abram Abe Szajman passou aos filhos as principais funções executivas no grupo. Mais tarde, entre os anos de 2007 e 2008, vendeu sua carteira de clientes para empresas do setor, atuando exclusivamente como uma empresas de processamento financeiro das transações realizadas por seus clientes através dos cartões vale-refeição e vale-alimentação. Em 2013 ela volta ao mercado de benefícios, com atuação ativa no segmento de refeições conveniadas, fazendo entre várias parcerias, a com a Caixa Econômica Federal, se tornando a bandeira de vales-refeição e alimentação da instituição.

Desde então, não só a VR cresceu sua atuação, bem como o Grupo VR diversificou suas atividades, atuando, entre outros, no mercado imobiliário.[5]

Casado com Cecília Zaclis, é pai de Cláudio Szajman, André Szajman e Carla Szajman.

Em entrevista ao Museu da Pessoa revelou aspectos significativos de sua vida, abrangendo desde sua infância durante a Guerra até a influência de seu pai. Sua trajetória inclui experiências no CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva), a aquisição do primeiro carro, bem como sua carreira em uma corretora de valores e na indústria têxtil, além do envolvimento em entidades comerciais. Ao compartilhar suas vivências, ele detalhou como introduziu o sistema de refeição-convênio no Brasil, destacando sua inovação. Além disso, ressaltou a importância de compartilhar histórias pessoais, enfatizando valores como resiliência e comprometimento. [6]

Fecomercio[editar | editar código-fonte]

Abram Szajman em 1968 filiou-se ao sindicato patronal do setor em que atuava e também ao Centro do Comércio do Estado de São Paulo. Sua atuação nessas organizações levou-o a postos de direção e à indicação para o Conselho de Representantes da Fecomercio. Em 1969 foi eleito para o Conselho do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac e em 1972 para o Conselho de Serviço Social do Comércio, Sesc, na Administração Regional de São Paulo.

Na Fecomercio, a partir de 1971 ocupou sucessivamente os cargos de tesoureiro, vice-presidente e presidente, reeleito desde 1984. Seu trabalho nas entidades do comércio o projetou nacionalmente: membro do Conselho de Líderes Permanentes do Fórum Gazeta Mercantil em 1989, foi agraciado pela ADVB – Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil – com o título de Homem de Vendas do ano de 1994.

Em 2004, decorridos mais de seis décadas de sua fundação (em 1938) a Fecomercio passou a ter sede própria, como resultado de um processo de economia de recursos, iniciado quando Szajman ainda era tesoureiro da entidade. Com cinco andares e um heliponto, a nova sede está situada ao lado da Avenida Paulista.[7]

Outras atividades[editar | editar código-fonte]

Abram Szajman participa da gestão do Sesc, Senac e Sebrae, entidades mantidas por meio de contribuições dos empresários.[8]

Participa de conselhos como o do Hospital Israelita Albert Einstein e do Incor. No Einstein, seu nome foi dado ao Centro de Educação e Saúde do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (vinculado ao Hospital). Foi um dos fundadores da ONG Instituto São Paulo contra a Violência, de atuação destacada na redução da criminalidade por meio do Disk Denúncia e de campanhas contra as drogas. Aceitou convite da Anistia Internacional para ser, no Brasil, um ativista dos Direitos Humanos, colocando seu nome e prestígio a serviço da luta contra prisões arbitrárias e cerceamento da liberdade. Na Anistia Internacional coube-lhe patrocinar a causa da família de José Del Carmen Álvarez Blanco, trabalhador rural de um povoado da Colômbia, sequestrado em 1990 e desde então desaparecido.

Tornou-se benemérito da Casa Hope, a ONG do setor de oncologia que recebe, assiste, ampara educa e forma profissionalmente pacientes de câncer e seus familiares acompanhantes que, vindos de todos os estados do Brasil, sem recursos, procuram tratamento nos hospitais de São Paulo.[9]

Foi presidente da Casa de Cultura de Israel, outra contribuição de empresários à cidade de São Paulo, que resultou na construção de um centro cultural moderno ao lado da estação Sumaré do metrô. Corinthiano desde a infância no Bom Retiro, já foi cogitado para a presidência do clube.

Condecorações[editar | editar código-fonte]

Em 1991, Szajman foi condecorado pelo presidente Fernando Collor com a Ordem do Mérito Militar no grau de Comendador especial.[10] Outras condecorações incluem:

Referências

  1. «Abram Abe Szajman | CNC». cnc.org.br. Consultado em 17 de fevereiro de 2020 
  2. Revista E – Sesc – nº 23 – Abril/1999
  3. Portal Fecomercio: http://www.fecomercio.com.br. Página visitada em 15 de maio de 2010
  4. Revista Homem de Vendas. Edição 1994
  5. http://www.museudapessoa.net. Página visitada em 2 de junho de 2010
  6. «Trouxe para o Brasil o sistema de refeição-convênio». Museu da Pessoa. Consultado em 16 de novembro de 2023 
  7. Relatório Anual Fecomercio 2009
  8. http://www.sebraesp.com.br. Página visitada em 20 de maio de 2010
  9. Hope, Blog Da (18 de julho de 2007). «Blog da Casa Hope: Bate-papo com Abram Szajman». Blog da Casa Hope. Consultado em 17 de fevereiro de 2020 
  10. a b BRASIL, Decreto de 31 de julho de 1991.
  11. a b c d e f g h «Projeto de Decreto Legislativo Nº 04 / 2002» (pdf) 
  12. «Postanowienie Prezydenta Rzeczypospolitej Polskiej z dnia 5 kwietnia 2002 r. o nadaniu orderów.» (PDF). prawo.sejm.gov.pl (em polaco). 5 de abril de 2002. Consultado em 17 de fevereiro de 2020