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The War of the Worlds
A Guerra dos Mundos
A Guerra dos Mundos
Capa da 1ª edição britânica.
Autor(es) H. G. Wells
Idioma Inglês
País Reino Unido Reino Unido
Gênero Ficção Científica
Editora William Heinemann
Formato Impresso e E-book
Lançamento 1898
Páginas 303
Edição portuguesa
Editora Ulisseia
Lançamento 1983
Edição brasileira
Tradução Thelma Médici Nóbrega
Editora Alfaguara
Cronologia
The Invisible Man
When the Sleeper Wakes

The War of the Worlds (A Guerra dos Mundos) é um romance de ficção científica de Herbert George Wells, um escritor britânico e membro da Sociedade Fabiana, foi publicado em capítulos primeiramente em 1897 no Reino Unido pela Pearson's Magazine[1] e lançado como um romance no ano seguinte.[2]

É uma história sobre a invasão da Terra por marcianos inteligentes, dotados de um poderoso raio carbonizador e máquinas assassinas (tripods),[1] semelhantes a depósitos de água sobre tripés. Foi adaptado diversas vezes para o cinema, a última em 2005, por Steven Spielberg, com Tom Cruise no papel principal, Dakota Fanning e Justin Chatwin.[3]

Sumário do enredo[editar | editar código-fonte]

A ação começa nos inícios do século XX, nos arredores de Londres. O narrador e personagem principal, que não é identificado no livro, é convidado para ir ao observatório de Ottershaw, onde observa a primeira de uma série de explosões na superfície de Marte. Mais tarde, aquilo que se pensa ter sido a queda de um meteoro perto da casa do narrador, acaba por ser a queda de um cilindro metálico. O cilindro abre-se, e de lá dentro saem os marcianos, que destroem todos os humanos que se aproximam com o raio da morte.

Marciano, arte de Warwick Goble em 1897 para a revista Pearson's Magazine.

O narrador foge então com a sua mulher para Leatherhead, mas tem que voltar a casa para devolver a carruagem que tinha pedido emprestado. Nessa altura, repara que os marcianos se locomovem em máquinas com tripés metálicos - os tripods - passando facilmente pela resistência militar oferecida pelos humanos. Têm além disso uma nova arma que dispara bombas de fumo negro, que matam todos os humanos que entram em contacto com ela. O narrador encontra então um artilheiro em fuga, que lhe diz que caiu outro cilindro, cortando o caminho de regresso à sua mulher. Os dois decidem viajar juntos, mas um ataque dos marcianos acaba por os separar.

A narração passa então para a história da evacuação em massa de Londres, devido à queda de mais cilindros nos seus arredores, contada pelo irmão do narrador, que acaba por conseguir escapar por barco.

Voltando ao narrador, este acaba por ficar encurralado numa casa em ruínas destruída pela queda de um dos cilindros, acompanhado por um cura. Nessa altura ele observa os costumes dos marcianos, constatando que eles usam os humanos como alimento, absorvendo o seu sangue diretamente. No entanto, o cura, traumatizado pelos acontecimentos, enlouquece, fazendo com que os marcianos entrem na casa e acabem pôr o capturar. Finalmente os marcianos abandonam a cratera e o narrador consegue deixar a casa em ruínas. Quando chega a Londres, deserta, repara que as plantas marcianas começam a morrer, assim como os marcianos. Estavam a morrer devido a uma bactéria contra a qual não tinham imunidade. O narrador regressa então a casa, onde para sua surpresa se reúne com a sua mulher.

Máquinas marcianas atacando uma vila inglesa. Henrique Alvim Corrêa, edição belga, 1906.
Ilustração do artista brasileiro Henrique Alvim Corrêa da edição francesa publicada em 1906.
Outra ilustração de Henrique Alvim Corrêa da edição belga de 1906. Uma máquina de guerra marciana enfrentando o navio Thunder-Child.

Enredo se torna realidade[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: A Guerra dos Mundos (rádio)


Em 30 de outubro de 1938, a rede de rádio CBS interrompe sua programação para noticiar uma suposta invasão alienígena. Na verdade, nada mais era que um programa semanal, onde a história de A Guerra dos Mundos era dramatizada, pelo jovem Orson Welles, em forma de programa jornalístico. Entretanto, houve grande pânico devido a um mal-entendido: cerca de 6 milhões de pessoas sintonizaram no programa e metade delas fê-lo depois da introdução, em que se explicava que não passava de uma peça de ficção, calculou a própria CBS. Pelo menos 1,2 milhão de pessoas acreditou ser um fato real, meio milhão teve a certeza de que o perigo era iminente, entrando em pânico, sobrecarregando as linhas telefônicas, com aglomerações nas ruas e congestionamentos, causados por ouvintes tentando fugir do perigo. O caos paralisou três cidades. O programa foi um sucesso de audiência, fazendo a CBS bater a emissora concorrente NBC.[4]

Exatas três décadas depois da transmissão estadunidense, a Rádio Difusora planejou fazer uma edição de A Guerra dos Mundos em São Luís. Os profissionais Sérgio Brito, Elvas Ribeiro – o Parafuso, Manoel José Pereira dos Santos – o Pereirinha, José Branco, Rayol Filho, Bernardo de Almeida, Reynaldo Faray, José Faustino dos Santos – o Jota Alves e Fernando Melo se juntaram e realizaram a adaptação da história para a realidade maranhense. A data, além de ser uma referência da transmissão original, também era o aniversário da Rádio Difusora.[5] Tal como em 1938, a transmissão brasileira de 1971 causou caos, pânico e acabou envolvendo militares do Exército Brasileiro.[6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Onde tudo começou». Super. Consultado em 29 de agosto de 2023 
  2. David Y. Hughes and Harry M. Geduld, A Critical Edition of The War of the Worlds: H.G. Wells's Scientific Romance (Bloomington and Indianapolis: Indiana University Press, 1993), 1 p.
  3. «Guerra dos Mundos - FILME». Adoro Cinema. Consultado em 14 de abril de 2010 
  4. «1938: Pânico após transmissão de "Guerra dos mundos"». DW. Consultado em 20 de dezembro de 2012 
  5. «Pesquisadores lançam livro sobre A Guerra dos Mundos no Maranhão». FAPEMA. Consultado em 18 de junho de 2021 
  6. «Programa de rádio que causou pânico no Maranhão faz 40 anos». G1. Consultado em 18 de junho de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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