Ário Dídimo – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para outras pessoas de mesmo nome, veja Dídimo.
Ário Dídimo
Nascimento
Alexandria
Nacionalidade
República Romana
Etnia Grega
Ocupação Filósofo e professor
Religião Politeísmo grego
Augusto com a coroa cívica,
na. Gliptoteca de Munique

Ário Dídimo ou Arieu Dídimo (em grego: Ἄρειος Διδύμος; romaniz.:Arieus Didymos; fl. século I a.C.) de Alexandria, foi um filósofo estoico e professor de Augusto (r. 27 a.C.14 d.C.). Fragmentos de seus manuais sumarizando as doutrinas estoicas e peripatéticas estão preservados nas obras de Estobeu e Eusébio de Cesareia.

Vida[editar | editar código-fonte]

Ário foi um cidadão de Alexandria. Augusto estimou-o tanto que após a conquista de Alexandria, declarou que pouparia a cidade principalmente por amor a Ário.[1][2][3][4] De acordo com Plutarco, Ário aconselhou Augusto a executar Cesarião, o filho de Cleópatra (r. 51–30 a.C.) com Júlio César, com as palavras ouk agathon polukaisarie ("não é bom ter muitos Césares"), um trocadilho com uma linha em Homero.[5]

Ário bem como seus dois filhos, Dionísio e Nicanor, teria instruído Augusto na filosofia.[6] Ele é frequentemente citado por Temístio, que diz que Augusto avaliou-o não menos que Agripa.[7] Segundo Quintiliano,[8] parece que Ário também ensinou ou escreveu sobre retórica.[9][10] Ele é presumivelmente o Ário cujo Vida estava entre aqueles ausentes na seção final do livro IV das Vidas de Diógenes Laércio.[11]

Ário Dídimo é geralmente identificado com o Árico cujos trabalhos foram citados longamente por Estobeu, sumarizando a filosofia estoica, peripatética, platônica.[12] Que seu nome completo é Ário Dídimo advém da obra de Eusébio, que cita duas longas passagens de sua visão estoica sobre Deus, a conflagração do Universo e a alma.[13]

Referências

  1. Plutarco século I, 80.
  2. Dião Cássio século III, li. 16.
  3. Juliano século IV, 51.
  4. Estrabão 7 a.C., xiv.
  5. Braund 2003, p. 305.
  6. Suetônio 121, 89.
  7. Temístio século IV, v., viii., x., xiii.
  8. Quintiliano 95, ii. 15. § 36, iii. 1. § 16.
  9. Sêneca 40, 4.
  10. Cláudio Eliano século II/III, xii.
  11. Hope 1930, p. 17.
  12. Sedley 2003, p. 32.
  13. Eusébio 324, 15, 18, 19, 20.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Braund, David (2003). Myth, history and culture in republican Rome: studies in honour of T.P. Wiseman. [S.l.]: University of Exeter Press 
  • Hope, Richard (1930). The book of Diogenes Laertius: its spirit and its method. [S.l.: s.n.] 
  • Juliano (século IV). Epístolas. [S.l.: s.n.] 
  • Sedley, D. (2003). «The School, from Zeno to Arius Didymus». In: Inwood, B. The Cambridge Companion to the Stoics. [S.l.]: Cambridge University Press 
  • Temístio (século IV). Orações. [S.l.: s.n.]